domingo, 24 de julho de 2011

Administrando o Salão de Beleza e Clínicas de Estética

UMA VERDADE QUE PRECISA SER DITA.

POR QUE O TEMA TRABALHISTA E O TRIBUTÁRIO NÃO SÃO ENFOCADOS NOS DOIS GRANDES EVENTOS NACIONAIS DA BELEZA NO BRASIL? É PORQUE OS PALESTRANTES CONVIDADOS OU DESCONHECEM OU OS IGNORAM E PORQUE OS IDEALIZADORES DESSES EVENTOS NÃO SÃO CABELEIREIROS, MANICURES, OU AFINS E NEM SÃO DONOS DE SALÕES DE BELEZA E/OU CLÍNICA DE ESTÉTICA.

De feição muito grave esses TEMAS são empurrados para debaixo do tapete sem vir à tona, nos fóruns de debates nos chamados grandes eventos da beleza no Brasil, enquanto no dia a dia, pipocam ações trabalhistas contra salões e clínicas de estética por esse Brasil afora e, em muitas cidades a Prefeitura cobra o ISS do segmento, como se devido fosse.

No Brasil ainda são raros os profissionais consultores, realmente especializados em Gestão Moderna de Salões de Beleza e Estética que, conhecem e têm coragem de falar sobre estes assuntos para donos e administradores de salões, advogados, contadores, juízes, sindicalistas, fiscais da Secretaria Regional do Trabalho, da Receita Federal e das Prefeituras Municipais.

Respeitadas as raríssimas exceções tenho assistido à proliferação de profissionais que se intitulam palestrantes e consultores de salões de beleza que, com muito pouco ou nenhum conhecimento, sobre contabilidade, tributos, relações de trabalho, gestão de negócios e pessoas, ocupam salas de treinamento verbalizando conceitos vazios e/ou incompletos sobre a GESTÃO de salões.

Normalmente e para impressionar demonstram gráficos oficiosos ou ganham tempo com vídeos motivacionais que tocam o lado emocional de uma platéia de INCAUTOS. Não estudaram com profundidade a cartesiana ligação do custo versus lucro dos salões e clínicas de estética, nem se debruçaram sobre os graves problemas legais que envolvem a atividade da prestação de serviços de embelezamento no Brasil.

Desorientado legalisticamente e desmobilizado sindicalmente, o empreendedor do embelezamento no Brasil, FORMAL ou INFORMAL, prioriza muito mais os cursos técnicos deixando de lado a GESTÃO e o Planejamento Estratégico que os blindariam dos graves problemas trabalhistas e tributários e os tornaria muito mais competitivos e capazes de reagir aos desafios permanentes das implacáveis leis de mercado.

Toda a cadeia de custos versus lucros dos salões e clínicas de estética, está atrelada às questões tributárias e trabalhistas. Ignorar essas questões significa MASCARAR os resultados financeiros dos empreendedores de salões de beleza e clínicas de estética do Brasil e o que é PIOR, condená-los indefinidamente à catalepsia administrativa moderna e institucional, mantendo-os REFÉNS de leis ultrapassadas, ações insensatas de Prefeituras Municipais e decisões judiciais trabalhistas equivocadas e cruéis.

Ainda não regulamentada por lei, mas apenas reconhecida, a profissão de cabeleireiros e demais profissionais diretamente ligados à produção de serviços de beleza no Brasil, produz e estimula a cultura da INFORMALIDADE perniciosa aos interesses dos que desejam empreender seriamente em salões de beleza ou clínicas de estética.

Vigora fortemente no segmento da beleza no Brasil, a desinformação, a desorientação e até o desprezo pela FORMALIZAÇÃO em geral desse segmento, sob a falsa alegação de que, uma vez formalizado o salão ou clínica de estética pagará muito IMPOSTO.
Ainda detentor de alto grau de DOMESTICIDADE a atividade de salões de beleza no Brasil, respeitadas as raríssimas exceções, se equilibra entre a informalidade e a ilegalidade, nas suas relações de trabalho com cabeleireiros, manicuras, depiladoras, banhistas, calistas, sobrancelhistas e afins e corre às léguas do diálogo com os governos: Federal, Estadual e Municipal.

Desorientada, uma considerável parcela de empreendedores autônomos de serviços da beleza neste País vai deixando atrás de si mesma, UM PASSIVO CONTINGENTE de tributos e encargos trabalhistas, revelados no CPF por suas transações formais, acima dos limites previstos pela lei. É provável que um dia os que nessa atividade sobrecarregam seus CPF’s com transações formais sejam chamados a prestar esclarecimentos à Receita Federal.

Esta é uma atividade que desconhece crises financeiras e o Brasil é hoje o 3º. País que mais consome produtos de beleza no mundo e isto é só o começo do que virá nos próximos 10, 20 anos.

A Revista Época de 23.08, número 640 entrevistou a advogada americana Deborah Rhode, escritora do livro “The Beauty Bias” “O preconceito da Beleza”, no qual ela assevera que a venda de produtos de beleza e emagrecimento no mundo, atinge a cifra de 200 bilhões de dólares por ano e discorre sobre problemas corporativos a que se submetem inúmeras pessoas que relegam a aparência pessoal.

A atividade de serviços da beleza já atrai investidores que abrem salões e clínicas de estética, sem necessariamente serem profissionais cabeleireiros ou esteticistas. E onde eles vão buscar profissionais? Nos salões adjacentes ou até noutras cidades e estados, eis que, não existe no mercado oferta de mão de obra de profissionais da beleza. Muitos desses profissionais em muitas cidades brasileiras, detentores de carteiras de clientes, vendem seus passes como jogadores de futebol. É sabido que esse segmento produz por essa peculiaridade, uma verdadeira MIGRAÇÃO de profissionais de salão em salão, cada um buscando não só um meio de sobrevivência, mas qualidade de vida e realização pessoal. Muitos profissionais cabeleireiros extremamente capacitados falam mais de um idioma e viajam constantemente para paises do 1º. Mundo em busca de aperfeiçoamento constante que os DIFERENCIE dos demais.

Tenho plena convicção de que nessa atividade de realce da beleza, andar de braços com as Leis do País é sensatamente a MELHOR OPÇÃO, proporcionando aos empreendedores um custo/benefício altamente compensador para o NEGÓCIO.

Tenho também larga convicção de que os projetos da beleza no Brasil precisam ALBERGAR a discussão trabalhista e tributária, enriquecendo seus objetivos e sedimentando a LEGALIDADE, sem o que, poderão no futuro, ser taxados de OMISSOS, a exemplo do que ocorre hoje nos grandes Eventos Nacionais da Beleza.

José Milton Ferreira de Aquino
Especialista em Gestão de Salões e Estética

José Milton Ferreira de Aquino é contabilista, auditor interno e gestor de negócios. Escreveu e publicou o livro “Administrando o Salão de Beleza e Clínicas de Estética. Ministra cursos, workshops, palestras e desenvolve consultorias para salões de beleza e clínicas de estética. Em seu currículo constam mais de 150 consultorias e realização de palestras, cursos e workshops para mais de 5.000 empreendedores da beleza, em doze estados brasileiros.
Especializado em gestão moderna de salões de beleza e clínicas de estética é o único consultor no Brasil, detentor e executor de contratos de 1.400 horas de consultoria com um importante e conceituado Órgão. É autor de 60 idéias exclusivas de marketing para salões de beleza e clínicas de estética.

Nenhum comentário:

Postar um comentário