domingo, 24 de abril de 2011

A caminhada de Mão Santa

Entrevistar o político e médico Mão Santa é sempre encontrar um sabor a mais em todo o universo.
Então, para abrir nossa sessão de entrevistas, garimpei um breve bate-papo dele com o jornalista Alisson Paixão.

Aqui ele fala sobre sua situação atual, a atividade que está ocupando como médico em hospital de Parnaíba, qual sua rotina de trabalho e como deve atuar para as Eleições 2012.



180graus: O senhor está trabalhando aonde hoje em dia?

Mão Santa: Santa Casa de Misericórdia de Parnaíba. Eu sou cirurgião-geral. Tem poucos cirurgiões-gerais no Piauí hoje em dia. Mas eu sou um. Foi daí que o povo colocou esse apelido de Mão Santa.

180graus: Como é a sua rotina de trabalho: de segunda a segunda, manhã, tarde e noite?

Mão Santa: Não... olha, presta atenção... trabalho lá todo dia, sou muito respeitado, mas tenho a minha clínica própria... e quem me procura é o povo...

180graus: Quanto o senhor ganha como médico cirurgião?

Mão Santa: Peraí rapaz... como é? Quanto eu ganho? Olha, isso nunca foi preocupação pra mim não... eu sempre trabalhei sem pensar em quanto eu iria ganhar, quanto de dinheiro ia dar. Em tudo que a gente fizer na vida as coisas vêm como conseqüência, tá me entendendo?! É assim... esse negócio de dinheiro, quem pensa em ficar rico assim é esse povo dos aloprados. Tudo preocupado com quanto vão ganhar...

180graus: O senhor se arrepende de não ter sido candidato a deputado federal no lugar de tentar a reeleição para o Senado?

Mão Santa: Nããã... rapaz, eu estou nessa situação (sem mandato) hoje porque me roubaram. Tiraram a minha vaga (no Senado) com o maior escândalo da história não é só desse estado ou desse país não. É o maior caso de corrupção do mundo. O que aconteceu nas Eleições 2010 foi o maior caso de corrupção da história. Nunca se viu isso. Mas eu espero que a Justiça seja feita. Eu fui lá (no Tribunal Regional Eleitoral), pessoalmente, entregar as provas. Você sabe jornalista: é caso dos velocípedes, dos carnês quitados, dos produtos comprados e que mandaram devolver... o candidato lá, que era deputado federal e é hoje senador (Ciro Nogueira, do PP) foi eleito com apoio do homem mais rico daqui, que vocês sabem quem é (João Claudino, do PRTB, suplente de Ciro). Então eu processei eles dois. E vou voltar pro meu mandato já já...

180graus: O senhor acredita na cassação do senador eleito, Ciro Nogueira?

Mão Santa: Mas é claro... eu acho que eu assumo já já esse mandato de novo (de senador). Todo mundo sabe o que aconteceu nas Eleições 2010. Eu estava liderando em tudo que era pesquisa até outubro. Como é que pode eu perder daquele jeito? É claro que compraram voto. Não foi pouco não. Se quiser eu explico como é que funcionava. O caso corre em segredo de justiça, mas eu fui foi lá no TRE e anexei os processos. Tenho uma boa equipe de advogados. Olha, tem o Credishop (do Grupo Claudino)... tem é coisa que aconteceu.

180graus: O processo é contra o senador eleito e o seu suplente?

Mão Santa: Esse homem mais rico, que tem poder, tem tudo aí... é ele, o Seu João (Claudino). Eu não tenho medo não. O homem que era um dos mais ricos do Brasil, o Constatino Júnior, da Gol, foi preso. Então as coisas estão mudando... Estou mostrando que não tenho medo. Eu vou ganhar esse processo contra os dois. E tem o outro senador (Wellington Dias), que foi eleito com um apoio federal grande. E aí vinha esse ministro para cá, o Alexandre Padilha (PT), soltava os recursos federais com as prefeituras. Está tudo provado. Há poucos dias foram cassados aí por conta disso. O Arthur Virgílio (PSDB) também move processo parecido e conseguiu a cassação. Eu estou acreditando nisso.

180graus: O senhor pretende ser candidato a prefeito de Parnaíba em 2012?

Mão Santa: Eu vou é te ensinar rapaz. Sei que você é um jornalista inteligente, mas eu que vou te ensinar: To be or not to be, that’s the question... Você sabe que o tempo é o senhor da razão... não estou querendo adivinhar o futuro. Vamos dar tempo, mas eu posso ser candidato a prefeito de Teresina, de Parnaíba e de qualquer lugar. Sou o homem mais preparado da política desse País.

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